terça-feira, 27 de setembro de 2011

...…Outono

.... e nós por aqui, vamos buscando e reunindo, tudo o quanto julgamos melhor e mais belo que há só para si!!!
Aguardem!
No Outono, quando os frutos abandonam as árvores que lhe fizeram nascer e jogam–se ao chão...
No Outono, quando as folhas verdes perdem o seu viço e param de alimentar, com seu metabolismo de néctar etéreo das radiações solares a abandonam...
No Outono, quando os pássaros migram para novas paragens, colocando o silêncio e a tristeza em torno das árvores que lhe acolheram durante as boas estações somente para lhes ouvir o canto alegre e festivo, e sem mais nada pedir...
No Outono, quando a própria terra, que se beneficiou de sua sombra fresca, torna-se árida, negando alimentação...
No Outono, quando todos aqueles que a admiram e aproveitam a sua beleza também a abandonam, a árvore mantém-se viva e serena. Não desanima e aguarda. Conhece a sua missão e não se desespera. Não odeia e nem se vinga. Sabe que à humilhação sobrevirá a exaltação, e, por isso, aguarda com soberba coragem o inverno que haverá de cobri-la com nuvens cinzentas e lamacentas de humilhação, numa tentativa final de destruí-la.
Mas na sua seiva corre o Espírito do Eterno, ela disso sabe, tem consciência. E, numa atitude passiva e resignada, entende a efemeridade dos tempos.
Então, passados estes, vê nascer em seu distante ramo um broto, como que lhe anunciando as recompensas por tamanha coragem. É a primavera que surge.
E, novamente, a terra volta a lhe dar alimento, as folhas retornam com seu verde de esperança, os pássaros em seus galhos fazendo morada, as flores e frutos a lhe enfeitar e, finalmente, as pessoas a lhe admirar.

É a glória, conquanto que passageira, mas por demais nobre para ser desprezada.

Nas estações de Outono, saiba imitar a árvore.
Dr. Celso Charuri

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